quarta-feira, 14 de julho de 2010

Resumo do Livro Nosso Lar



1º Capítulo - Nas zonas inferiores

Quando André Luiz desencarnou perdeu totalmente a noção do tempo.
Sentiu-se amargurado. Ouvia gargalhadas sinistras, muita escuridão, dormia pouco e sentia muito medo.
Percebeu que tudo que ele valorizava na terra: princípios filosóficos, políticos e científicos eram secundários para a vida humana.
Verificou que havia algo acima do meramente intelectual.
“Esse algo é a fé”.
Percebeu tarde. Quando encarnado a filosofia do imediatismo absorveu. (Tudo foi fácil para ele). Conquistou títulos universitários sem sacrifícios, compartilhou os vícios da mocidade, conseguirá filhos, perseguiu situações estáveis, que garantissem tranqüilidade econômica a seu grupo familiar.
Não fora um criminoso no próprio conceito, mas se deliciou com as alegrias (os júbilos) familiares, esquecendo de estender essa benção divina à imensa família humana.
No desencarne não suportava o clima das realidades eternas. Com a silenciosa acusação da consciência fazia experimentar a noção de tempo perdido.


Reflexão
”Oh! Amigos da terra! Quanto de vós podereis evitar o caminho da amargura com o preparo dos campos interiores do coração?


Acendei vossas luzes antes que a verdade vos surpreenda. Suai agora para não chorardes depois.


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2º Capítulo - Clarêncio


André Luiz escutava:”Suicida! Suicida! Criminoso! Infame! “. Ouvia gargalhadas.
Às vezes enxergava de relance vultos negros, escorregadios nas trevas, quando o desespero atingia o auge, atacava-os, mobilizando extremas energias.
Sentia fome, sede, sua barba cresceu a roupa começou a romper com os esforços da resistência na região desconhecida.
O mais doloroso não era o terrível abandono que sentia, mas o assédio de forças perversas, aquelas vozes perturbavam o coração. Infeliz sim, mas suicida? Nunca! (Ele não entendia).
Recordava que havia deixado o corpo físico a contragosto, lembrava dos últimos pareceres médicos, da assistência recebida, dos curativos dolorosos que seguiram à delicada operação dos intestinos, a última cena que precedeu o grande sono: a esposa ainda jovem e os três filhos. E depois o despertar na paisagem úmida e escura e a grande caminhada que parecia sem fim.
Começou a se entregar ao desânimo e chorava muito por ignorar o próprio fim.
Consciente, continuava a ser ele mesmo, com o sentimento e a cultura adquiridos na vida material, continuava com as necessidades fisiológicas, às vezes deparava com verduras que lhe pareciam agrestes em torno de humildes filetes d’água. Devorava as folhas desconhecidas e colava os lábios à nascente turva, chegou a sugar a lama da estrada, não raro passavam manadas de seres animalescos.
Foi aí que começou a recordar que deveria existir um autor da vida, essa idéia confortou. Ele que detestara as religiões no mundo, agora necessitava de conforto místico.
E quando as energias faltaram de tudo, pediu ao Supremo autor da natureza que estendesse mãos paternais. A chuva de lágrimas lavou o rosto, e todos os sentimentos se concentraram em prece dolorosa.


A pergunta:
Por que não me perdoaria, o Eterno Pai, ele providenciava ninho as aves inconscientes e protegia , bondoso, as flores dos campos agrestes.
Era preciso sofrer muito para entender as belezas da oração, era necessário haver conhecido o remorso, a humilhação. Foi nesse instante que surgiu um emissário dos Céus (um velhinho simpático) e falou:
- Coragem meu filho! O senhor não te desampara.
Ele perguntou:
- Quem sois, generoso emissário de Deus? E o benfeitor disse, que era Clarêncio, apenas seu irmão.
Pediu que ficasse calmo e silencioso para descansar e reaver as energias. Chamou dois amigos para prestar os socorros emergenciais. Alvo lençol foi estendido, uma maca improvisada. Clarêncio meditou e foram para o Nosso Lar.

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3º Capítulo: A oração coletiva

André Luiz foi resgatado do Umbral, transportado à maneira de ferido comum.

Chegaram em frente a uma grande porta em meio a altos muros, cobertos de trepadeiras floridas. Clarêncio tateou um ponto da muralha e fez-se larga abertura, branda claridade inundava ali todas as coisas, conforme avançavam André identificava preciosas construções situadas em extensos jardins.
Foi acolhido em um edifício que parecia um grande hospital terreno e conduzido por dois jovens a um leito de emergência em um aposento amplo e ricamente mobiliado.
Foi explicado, que estavam nas esferas espirituais vizinhas a terra e o Sol que iluminava era o mesmo que vivificava o corpo físico.
Serviram um caldo reconfortante, seguido de água fresca que pareceu portadora de fluídos divinos.
Divina melodia penetrou o quarto, o enfermeiro esclareceu: que era o crepúsculo em “Nosso Lar”, onde todos os núcleos da colônia, consagrada ao Cristo, se ligariam com as preces da Governadoria.
André quis acompanhar o enfermeiro na oração.
Aquela melodia renovava as energias, levantou-se vencendo as dificuldades e agarrou ao braço fraternal, caminhando ao enorme salão, onde numerosa Assembléia meditava em silêncio.
Com processos adiantados de televisão, surgiu o cenário de templo maravilhoso, sentado em lugar de destaque um ancião coroado de luz fixava o alto em atitude de prece, em plano inferior, setenta e duas figuras pareciam acompanhá-lo em respeitoso silêncio, Clarêncio era um dos que cercavam o velhinho.
Todas as residências e instituições de Nosso Lar estavam orando com o Governador, através da audição e visão a distância.
Após a oração voltou ao aposento amparado pelo amigo que lhe atendia, mas não era mais aquele doente grave de horas antes. Depois de anos de sofrimento, surgiu a esperança em seu coração.

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