quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Médium inconsciente

O assunto pode trazer algum dissabor e repulsa, pois tocará na vaidade e no ego daqueles que não querem que venham à baila determinadas verdades atinentes ao fenômeno da incorporação.
Nosso compromisso é o esclarecimento livre de determinados mitos que tanto prejudicam os iniciantes no desenvolvimento mediúnico.

Fala-se muito em mediunidade de incorporação semiconsciente e inconsciente, que, via de regra, ensejam verdadeiras discussões doutrinárias a respeito.

As incorporações em que os espíritos deixam completamente inconsciente o médium, com tomada integral de todas as faculdades biopsicomotoras, é fenômeno raríssimo nas religiões mediúnicas.

Em tempos imemoriais, foi a forma encontrada pelos espíritos para cumprirem suas missões no plano físico sem que o medianeiro pudesse interferir em suas tarefas, pois muitas pessoas não acreditavam na ação dos espíritos sobre o corpo humano e, por isto, se tivessem alguma porcentagem de consciência, acabariam por intervir, voluntária ou involuntariamente, no labor dos amigos espirituais.

Com o passar do tempo, e através de um maior estudo e consequente entendimento do que ocorria, a inconsciência dos médiuns foi, pouco a pouco, sendo elevada à semiconsciência, fenômeno pelo qual os espíritos agem conjuntamente com a psiquê do médium que, mesmo manifestados, sabem de quase tudo o que se passa a seu redor, inclusive que estão sob o domínio parcial de uma força externa.

Através da semiconsciência há uma interação entre o medianeiro e o espírito atuante, que são doutrinador e doutrinado ao mesmo tempo. Além disto, esta espécie de incorporação faz com que o médium seja co-responsável pela mensagem transmitida pela entidade comunicante.

O fato é que, na mediunidade de incorporação semiconsciente, tem diferentes graus de variação: o espírito ao desprender-se do médium com o qual trabalha, deixa neste quase que a totalidade das informações recebidas ou transmitidas durante uma sessão. Caso haja alguma necessidade, o espírito, atuando no sistema nervoso central e também no cérebro, pode fazer com que o médium deixe de lembrar alguma coisa, mas isto é exceção.

A regra é o médium lembrar-se de quase tudo que foi dito pelo espírito trabalhador.
Neste sentido, muito importante é o respeito e a obediência que os médiuns devem ter para com o segredo de sacerdócio, tópico que analisaremos oportunamente.

Infelizmente alguns médiuns que trabalham semiconscientemente insistem em dizer que não se lembram de nada depois que o espírito interventor se afasta.

E o fazem por duas razões básicas:
Primeiro: querem dar um maior valor a sua mediunidade, dizendo: ” eu sou especial porque trabalho sem consciência”;
Segundo: para se eximirem de responsabilidade, caso haja alguma comunicação equivocada, por influência do próprio médium, dizendo este depois: ” eu sou inconsciente, quem errou foi o espírito”.

Repito: a mediunidade de incorporação inconsciente ainda existe, mas é raríssima, e quem a tem geralmente não fala, porque é assunto pessoal, e também é circunstância difícil de ser provada.

O crescimento ocorre através de médiuns mais preparados, mais esclarecidos em relação aos fenômenos mediúnicos. Desta forma, farão cair por terra falsas verdades que estão, infelizmente, ainda sendo difundidas irresponsavelmente por alguns.

Adaptado do Jornal Umbanda Hoje
Postado por Casa Branca de Oxalá Templo Umbandista
www.casabrancadeoxala.org